segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Esclarecimento à população em geral e a mim em particular

Com o resultado de hoje, nenhuma mulher vai ser obrigada a fazer um aborto. Não há, na lei proposta, nada que impeça que as pessoas prossigam com uma gravidez não desejada, perante situações de carência financiara, dificuldades de saúde e reconhecida falta de competência para assumir a guarda de uma criança.
Dito isto acrescento, não existe qualquer obstáculo a que se faça aquilo que o não propôs. Quer dizer, lá por o sim ter ganho, ninguém fica proibido de continuar a desaconselhar a prática do aborto, a auxiliar quem decide não o fazer, a promover o planeamento familiar e a educação sexual. Se assim o entenderem, até podem condenar a opção de quem o faz, desde que dento dos limites da liberdade de expressão. É a sua opinião, respeito-a e escuto-a.
Assim, estou à espera do empenho e envolvimento por parte dos grupos que apoiaram o não em acções de sensibilização para a importância dos contraceptivos, de uma educação sexual orientada para os mais jovens e do apoio a grávidas em situação de risco.
Se não o fizeram há oito anos quando ganharam o referendo, pode ser que o façam agora, que vai ser ainda mais importante. Desejo-lhes com toda a sinceridade muita força e imenso sucesso.


Nota: as pessoas que me conhecem sabem que por vezes sou irónico ou sarcástico.
Não é contudo o que acontece nesta entrada. Tudo o que digo aqui é mesmo a sério.
O que é para mim importante neste referendo é que as escolhas passam a ser feitas em liberdade, e parecendo que não isso faz toda a diferença.