sexta-feira, dezembro 29, 2006

igual mas sem a chuva e os repteis

li mais um livro de gárcia márquez e confirmei uma suspeita antiga.
os avós do alentejo eram na minha infância os meus personagens do realismo fantástico sul-americano.
se eram, vistos a partir de hoje, tão invulgares e misteriosos, porque é que não me apercebi na altura?
a infância preenche tudo de uma imaginação fantasiosa, mesmo assim desconfio que única resposta é que a realidade já está totalmente pronta quando chegamos.
as coisas são, sem precisar de explicação, tal e qual como nos são apresentadas, a ordem natural das coisas é imparável e só temos de observar a sua marcha.
a inquietação, a dúvida e a crítica vão ter de encontrar outro tempo, vão ter de disputar outro território.
este já está ocupado.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

profecia

se há uma coisa certa no futuro é que cada vez temos menos.