terça-feira, fevereiro 27, 2007

where to...

Nina Simone Sinnerman

Sinnerman where you gunna run toSinnerman where you gunna run toWhere you gunna run toAll on that dayWell I run to the rockPlease hide me I run to the rockPlease hide me I run to the rockPlease hide me lordAll on that dayWell the rock cried outI cant hide you the rock cried outI cant hide you the rock cried outI aint gunna hide you godAll on that dayI said rock whats a matter with you rockDont you see I need you rockDont let downAll on that daySo I run to the riverIt was bleedin I run to the seaIt was bleedin I run to the seaIt was bleedin all on that daySo I run to the river it was boilinI run to the sea it was boilinI run to the sea it was boilinAll on that daySo I run to the lordPlease help me lordDont you see me prayinDont you see me down here prayinBut the lord saidGo to the devilThe lord saidGo to the devilHe said go to the devilAll on that daySo I ran to the devilHe was waitingI ran to the devil he was waitingI ran to the devil he was waitingAll on that dayOh yeahOh I run to the riverIt was boilin I run to the seaIt was boilin I run to the seaIt was boilin all on that daySo I ran to the lordI said lord hide mePlease hide mePlease help meAll on that daySaid God where were youWhen you are old and prayinLord lord hear me prayinLord lord hear me prayinLord lord hear me prayinAll on that daySinnerman you oughta be prayinOughta be prayin sinnermanOughta be prayin all on that day

terça-feira, fevereiro 20, 2007

poema a pedido

na apresentação do livro “No Reino da Dinamarca” de Alexandre O’Neill, Jorge de Sena disse, “a sua poesia (…) será tudo menos poesia”
claro que não é, o livro é exactamente o que ele escreve no primeiro poema.



Neste espaço a si próprio condenado
Dum momento para o outro pode entrar
Um pássaro que levante o céu
E sustente o olhar
… … … … … … … … … … … … …
Com a tristeza acender a alegria
Com a miséria atear a felicidade
E no céu inocente da visão
Fazer pulsar um pássaro por vir
Fazer voar um novo coração

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Esclarecimento à população em geral e a mim em particular

Com o resultado de hoje, nenhuma mulher vai ser obrigada a fazer um aborto. Não há, na lei proposta, nada que impeça que as pessoas prossigam com uma gravidez não desejada, perante situações de carência financiara, dificuldades de saúde e reconhecida falta de competência para assumir a guarda de uma criança.
Dito isto acrescento, não existe qualquer obstáculo a que se faça aquilo que o não propôs. Quer dizer, lá por o sim ter ganho, ninguém fica proibido de continuar a desaconselhar a prática do aborto, a auxiliar quem decide não o fazer, a promover o planeamento familiar e a educação sexual. Se assim o entenderem, até podem condenar a opção de quem o faz, desde que dento dos limites da liberdade de expressão. É a sua opinião, respeito-a e escuto-a.
Assim, estou à espera do empenho e envolvimento por parte dos grupos que apoiaram o não em acções de sensibilização para a importância dos contraceptivos, de uma educação sexual orientada para os mais jovens e do apoio a grávidas em situação de risco.
Se não o fizeram há oito anos quando ganharam o referendo, pode ser que o façam agora, que vai ser ainda mais importante. Desejo-lhes com toda a sinceridade muita força e imenso sucesso.


Nota: as pessoas que me conhecem sabem que por vezes sou irónico ou sarcástico.
Não é contudo o que acontece nesta entrada. Tudo o que digo aqui é mesmo a sério.
O que é para mim importante neste referendo é que as escolhas passam a ser feitas em liberdade, e parecendo que não isso faz toda a diferença.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

trilogia

mais de um mês sem um poema é tempo demais.
aqui fica um do autor cujo nome é a trilogia da minha criação.

Z

As formas, as sombras, a luz que descobre a noite
e um pequeno passaro

e depois longo tempo eu te perdi de vista
meus braços são dois espaços enormes
os meus olhos são duas garrafas de vento

e depois eu te conheço de novo numa rua isolada
minhas pernas são duas árvores floridas
os meus dedos uma plantação de sargaços

e a tua figura era ao que me lembro
da cor do jardim.


António Maria Lisboa

sábado, fevereiro 03, 2007

que farei quando tudo arde?

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

quando todos gritam só se entende quem faz um gesto

um coreografo foi levar à cena uma ópera num teatro em madrid. antes de estrear disse que estava apreensivo, porque não acabava com um uma apoteose, antes se diluía no fim para terminar em paz num murmúrio marítimo. considerava este fim de uma enorme elegância mas temia que não o compreendessem, que o julgassem uma fraqueza, uma falta de afirmação, de carácter.
claro que tinha razões para estar preocupado, o silêncio pode ser uma enorme provocação.

num meio em que tudo o que se quer é provocações, haverá maior provocação do que ser sensível e sensato?

o mais das vezes é tão só isto

-o seu trabalho não é o que se espera de um arquitecto; quer dizer, não é o que se espera de um arquitecto formado nesta faculdade.
-demonstrou respeito pela cidade, não tentou deixar a sua assinatura.

uma vez disseram-me que era um homem culto, até hoje acho que foi o elogio que mais estimei.

o senhor breton teria orgulho

hoje tive uma apresentação.
um professor de uma outra turma faz uma critica que destrói o trabalho numa perspectiva, um convidado a assistir à sessão faz uma crítica no sentido exactamente oposto. Em verdade o meu trabalho não cumpre nenhuma das duas abordagens, o que não é estranho, dado que cumprir qualquer uma delas era não satisfazer a outra, nem a minha intenção ou estratégia. O meu professor, numa decisão insalomonica afirma – as duas criticas são opostas, mas concordo com ambas.
Isto seria algo que me podia preocupar, não fosse esse mesmo professor ter acompanhado o trabalho e o ter avaliado com a nota dezasseis numa fase anterior.

diz quem assistiu que “correu bem” e até foi essa a impressão com que fiquei.

é aqui que o autor destas linhas, modesto, pede a ajuda do estimável público para tentar perceber o que se passou.